Páginas

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Uma pedra no caminho? Não, no rim...

Bom, quem diria. Nenhuma experiência de intercâmbio pode ser realmente completa se você não testar todas as situações. Foi o que aconteceu. 

Na última 2a feira eu fui para o trabalho normalmente e depois viajamos até a fábrica de um cliente. Na saída eu já tinha uma dorzinha nas costas mas que foi aumentando. Por volta de 10h da manhã a dor ficou insuportável e eu comecei a derreter de tanto suor e gemer de dor. Pedi ajuda afinal estávamos numa fábrica e esses lugares geralmente têm um médico plantonista. Não no Camboja, e desconfio que esse não seja válido para boa parte da Ásia. Foi então que veio o médico fake que olhava pra mim e cara dele de pânico era maior que a minha. Decidiram me levar para o posto de saúde mais próximo. 

Uma comitiva de funcionários do nosso cliente estava me acompanhando. Eu falava inglês, havia outro que falava inglês e chinês, outro que falava chinês e khmer e outro (que dirigia) que só falava khmer. Ou seja, virou uma confusão mas conseguimos chegar no posto. Lá, depois de um ultra-som que não mostrou nada (ou eles não viam nada) e 4 injeções de sedativos eu consegui voltar a respirar, falar e andar. Depois de ligar para alguém da minha empresa me ajudar eles me levaram até o hospital Calmette, que é público mas não é grátis. Dei entrada, tive minha primeira consulta e daí fomos fazer ultra-som porque o médico desse hospital não confiou no do posto. Mas epa. Aí você descobre como eles fazem pra não levar calote da galera. Antes de poder fazer qualquer coisa você tem que pagar pela consulta que você já teve e aí tem uma fila enorme no caixa. Feito isso, fiz o ultra-som que não encontrou nada de novo. Voltei pro médico e ele pediu um raio-x. Mas, eita, antes de fazer tínhamos que voltar no caixa e pagar pelo ultra-som. Feito. Depois de fazer o raio-x e esperar uma eternidade pelo resultado voltamos pro médico, que já não era o mesmo de antes porque tinha mudado o turno. Na saída, pagamos de novo. Só que esse médico, não achando nada queria me internar no hospital pra só nó próximo dia de manhã "conversamos" sobre o que eu tinha. Fui dar uma olhada na área de internação e concluí que era mais fácil sair mais doente dali do que ficar em casa. Passei na área de emergência pedi uma injeção de analgésico e liberação pra ir pra casa - sem antes deixar de pagá-los também.

A noite foi um pouco difícil porque embora fosse mais branda eu continuei tendo dores e achar uma posição que aliviasse era difícil. Aqui vem uma lição de ouro: invista no seu seguro-saúde, principalmente quando você tá do outro lado do mundo. Liguei pro seguro e eles indicaram o hospital que me tratou pelo resto da semana. Nem parece que eu estou no Camboja e é praticamente um hotel. Tem todos os aparelhos sofisticados, médicos, etc, e todos os exames são enviados para Bangkok para análise. Cheguei e o médico desconfiando do ultra-som passado pediu outro. Nesse encontraram que o meu rim e ureter estavam inchados e cheios de urina porque esta não estava passando provavelmente bloqueada por algo que não era visível. Aí fiz o raio-x com contraste e lavagem intestinal (uma experiência bem desagradável) e também não deu para concluir nada. Finalmente, uma tomografia achou a bendita e agora eu estou em observação pra ser liberado amanhã, se Deus quiser! :)

A dica do seguro-saúde não é pra menos, o gasto estimado para esses 3 dias de internação é de US$ 2,000. O seguro vai pagar tudo e vai ser direto com o hospital, ou seja, eu não preciso pagar e depois pedir reembolso. A aprovação da cobertura levou cerca de 1/2 hora. O seguro custou US$ 900.. já deu lucro. #ficadica.

Link para o post específico sobre Saúde.