Caros leitores, assíduos ou não, finalmente cheguei ao Brasil! 11 meses e 30 vôos depois que deixei o nosso paraíso tropical estou mais ansioso do que nunca para reencontrar amigos e parentes, me interar das novidades, do que mudou e o que está igual, (encontrar um emprego de novo, hehe), etc., e por aí vai. Também estou ansioso em partilhar as últimas aventuras, primeiro da China, e segundo da Europa.
Nesses quase 30 dias que passei pelo gigante asiático, senti, e entendi muitas coisas, dormi pouco, andei muito, experimentei algumas coisas estranhas, peguei muitos trens, alguns ônibus, e fechei o nosso desafio com superávit! Não fiz exatamente todo o planejado (ao longo da história vou explicar o porquê) porém o meu budget ficou em US$ 1.080 e portanto inferior ao orçado de US$ 1.200. Ou seja, para os espartanos de plantão viajar no país dos chinglings com baixo custo é possível!
Como o meu
post introdutório apontou, o meu portal para o mundo chinês foi a
SAR (Special Administrative Region) de Hong Kong. Essa região não é apenas mais uma província chinesa. Na verdade, ela é totalmente diferente da China continental. A associação mais próxima que eu teria na verdade seria
Cingapura porém ainda de forma bem grosseira.
Hong Kong virou uma colônia britânica a partir de 1842 e desde então costumes, hábitos e valores ocidentais foram fundidos com a cultura chinesa nesse entreposto que viria a ser conhecido como o
portal para a China. A cidade cresceu e se notabilizou por fazer com destreza esse meio-campo entre o resto do mundo e a China de fato. Porém,
Hong Kong também passou por um processo de rápida e poluída industrialização nos anos 50 que veio a ser substituído pela industrialização da China continental a partir dos anos 80 em diante e a ilha virando um centro mundial de serviços. Ou seja, hoje ostenta alguns títulos relevantes como o 13o IDH mais alto do mundo, a 4a maior densidade populacional, um dos mercados imobiliários mais caros do planeta, etc. Em 1997, a região foi devolvida à China continental sob o conceito
"um país, dois sistemas" que deverá vigorar por 50 anos a partir dessa data. Isso explica o fato de
na prática Hong Kong ser outro país dado que existem controle de fronteiras, carimbo de passaporte e os próprios chineses continentais não podem entrar no território sem autorizações especiais.
Minha chegada em
Hong Kong foi um pouco conturbada. Depois de passar a noite durmindo entre cadeiras e o chão do aeroporto de
Kuala Lumpur digerindo a despedida do Camboja fui informado que meu vôo tinha sido adiado por mais de 2h. Na internet descubro que um tufão (que são comuns nessa época do ano) estava passando a cerca de 120 km de
Hong Kong. Talvez isso não fosse grande coisa pra maioria das pessoas mas pra mim era algo pra fazer minhas mãos suarem e meu coração disparasse. Odeio aviões. Ainda que tenha superado o pânico e o medo que isso me causa, até ali era só mais um ponto obscuro na aventura que ia começar. Para os alertas e situação climatológica mais atualizados acesse esse
site.
O tufão se distanciou da cidade e os vôos começaram a ser normalizados. Consegui chegar, atrasado, mas ainda a tempo de encontra minha amiga Julia - que foi intercambista da AIESEC por lá, hoje efetivada e moradora - já que ela iria me ajudar a "hospedar" minha mala de 30 kg vinda do Camboja enquanto eu fazia meu tour oriental. Ela por sinal mantém um
blog, muito bom e atualizado, sobre como é viver nesse pedaço da Ásia. Vale a pena conferir pra saber algumas dicas preciosas antes de ir pra lá. Primeiramente, em
Hong Kong além de não existirem cobradores - o que é normal fora do Brasil - você deve pagar a tarifa com troco exato. Dado que normalmente você estará vindo do aeroporto e terá trocado valores grandes de dinheiro isso pode dificultar um pouco. Se um local não tivesse me visto e oferecido para trocar dinheiro pra mim eu não teria conseguido pegar o ônibus. O jeito mais barato de acessar o centro da cidade a partir do aeroporto é pegar o ônibus S1 até
Tung Chung - que por sinal tem um Outlet enorme - e daí o MRT em diante. Por quê? Caso você pegue o
Airport Express prepara-se para mais de 100 HKD por trajeto. Grosseiramente arredondando 1 USD = 8 HKD.
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Mapa das linhas de metrô, bondes e balsas de Hong Kong |
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Prédio do Bank of China |
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Bondes |
Como deu pra ver no mapa
Hong Kong ocupa uma vasta área sendo a famosa ilha de
Hong Kong apenas um pequeno pedaço portanto utilizar o sistema de transportes público é essencial. O centro do território é densamente povoado com muitos e muitos prédios. Na verdade, talvez em toda a minha viagem não vi tantas pessoas andando na rua como aqui. Porém, isso não representa imediatamente trânsito caótico como seria de se esperar. Na maior parte do tempo as ruas da cidade estão livres.
The Peak
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Vista a partir do The Peak de dia |
Uma das atrações mais famosas de Hong Kong é o The Peak ou "O Pico". Trata-se de uma vista do topo da montanha que ocupa a parte central da ilha de Hong Kong. Pra facilitar a orientação espacial, do outro lado da baía ficam os bairros de Kowloon e New Territories, onde a maior parte da população vive, e depois desses bairros a província chinesa de Guandong, portanto já na China continental. O jeito mais famoso de chegar nesse lugar é através de um antigo bonde que custa 40 HKD para adultos ida-e-volta. Porém, tentarão te vender o SkyPass que é a possibilidade de ver a mesma coisa de um ponto um pouco mais alto. Não acho que compense afinal a uma outra espécie de shopping do outro lado da pracinha que tem um mirante um pouco mais baixo mas com um bom ângulo e de graça. Outra possibilidade ainda é chegar até esse lugar a pé, que é totalmente possível e talvez até mais interessante. A vista é realmente muito impactante e com certeza é um cartão-postal de Hong Kong. Não deu pra ir com tempo bom? Não tem problema! Vá a noite!
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The Peak visto a noite |
Big Buddha
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Vista do teleférico |
Outra atração famosa de
Hong Kong é a visita ao
Big Buddha, nome original
Tian Tan Buddha. Esse local é acessível através de um teleférico, muito legal e muuito alto, vale a pena. Além disso fica perto do aeroporto e, como no meu caso, pode servir como um bom
último passeio antes de pegar o vôo. Isso é viável pois várias companhias aéreas têm balcões de check-in em algumas estações de metrô no centro de
Hong Kong deixando você livre pra andar sem malas.
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Escadaria de acesso ao Big Buddha |
À primeira vista você talvez pense que o
Big Buddha está ali há algumas centenas de anos construído por algum imperador chinês. Porém, a realidade é que ele foi feito em 1993. Dada a exploração turística do local tal qual é hoje há margens para se pensar que o propósito da construção tenha sido exclusivamente para criar uma atração turística. Essa interpretação não é absurda. Na China continental por exemplo existem centenas de localidades que estão sendo reconstruídas - do zero muitas vezes - de forma a aproveitar o gigante apetite chinês por turismo.
Avenue of the Stars
Do outro lado da baía, em
Kowloon, é possível observar uma das vistas que talvez tenha mais consagrado
Hong Kong. Todos os dias também há um show -
Symphony of Lights - às 20h, de graça, em que vários prédios mudam suas cores de acordo com a música.
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Ilha de Hong Kong vista a noite |
Mais impressionantes do que o show de luzes porém é a vista da ilha de Hong Kong a noite. Luzes que não acabam mais! Porém, o nome Avenue of the Stars vem do fato que essa avenida em forma de mirante está cheia de "mãos" no chão com os astros do cinema de Hong Kong, incluindo aí o famoso Bruce Lee!
Pra fechar, a minha foto com a Julia e o namorado dela (Martin) em um excelente almoço com comidas típicas de Hong Kong e só na ansiedade para colocar meus pés na China continental. Muito obrigado Julia por ter dado uma mega assistência nas minhas duas estadias em HK! Agradeço também o Juan Pablo, a Marine, o Javier e o Olivier por emprestarem um espacinho da casa deles! :)
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