Entre trabalhar de sábado de manhã, estar de volta em casa antes das 22h e trabalhar também o domingo inteiro, acho que até consegui fazer bastante coisa.
Sábado, acordei cedo como qualquer outro dia. Comprei meu café da manhã:
Nompang |
Apresento a vocês o Nompang. Segundo o Eric, é uma criação de origem chinesa com uma versão adaptada ao Camboja. É como se fosse um pão com massa super fresca e semi-crua. Alguns deles são verdes, outros são roxos, outros só brancos ($0,25). Na verdade a única diferença real mesmo é entre os com recheio e sem recheio. O branco com recehio ($0,50) é uma delícia! Vem com carne, cebola e outros vegetais dentro e também geralmente um 1/4 de ovo cozido. O branco com a coroinha amarela ($0,63) é um pouco maior e 1/2 ovo. Geralmente fico com o intermediário e tiro o ovo fora não porque eu desconfie do lugar mas porque se eu não tomar cuidado como ovo no café-da-manhã, almoço e janta por aqui. Isso é vendido em todos os cantos da cidade logo pela manhã mas eu sempre compro no mesmo lugar e até agora não passei mal nem nada.
Na sequência trabalhei o sábado até a hora do almoço. Voltei pra casa, comprei vários itinerários de avião para os meus pais e pra mim, verdadeiro nó aéreo! O Sothy chegou e daí fomos de moto até o Central Market. Depois de estacionar ($0,25) fomos procurar algo pra comer. Opções não faltaram e tinha das coisas estranhas às mais normais. Acabamos ficando com esse aqui debaixo:
Na sequência trabalhei o sábado até a hora do almoço. Voltei pra casa, comprei vários itinerários de avião para os meus pais e pra mim, verdadeiro nó aéreo! O Sothy chegou e daí fomos de moto até o Central Market. Depois de estacionar ($0,25) fomos procurar algo pra comer. Opções não faltaram e tinha das coisas estranhas às mais normais. Acabamos ficando com esse aqui debaixo:
Esqueci de perguntar o nome.. Você pode ver ele cru ali em cima branquinho e depois de frito fica desse jeito. É meio que uma massa com recheio de vegetais e/ou carne. O líquido em volta não é óleo, é um molho que eles colocam por cima. O almoço foi 2 desse ficando em $0,75.
Eu e Sothy continuamos em direção ao passeio do dia, o Sinhanouk Royal Palace e a Silver Pagoda, ambos cartões-postais de Phnom Penh. Chegamos lá e Patro se juntou a nós. Infelizmente, o palácio estava fechado e pagamos $6 pra ver apenas o templo e os jardins em volta. Fotos!
Silver Pagoda, também conhecida como Wat Preah Keo, Sothy e Patro. Este templo recebe esse nome porque hospeda grande parte dos tesouros nacionais da época do império Khmer. Uma das estátuas do buda tem 90 kg de ouros e 9.584 diamantes encravados. Na entrada do templo tem que tirar os calçados, boné e não pode tirar foto dentro, uma pena..
Pequeno ritual. Ao longo dos jardins do templo principal, há varios pequenos templos. Dentro deles há sempre uma estátua de um deus e um senhoriznho do lado sentado. Você pode pedir por saúde, felicidade, etc. Aí tem um jeito que você segura as mensagens na cabeça e marca com uma caneta uma delas. Aí o senhorzinho lê e te diz se o seu pedido tem chances de ser realizado. Na cena, o Sothy faz a tradução do Khmer para o inglês.
E olha aí. Além de serem super modernos - os monges têm celulares, notebooks, falam inglês, etc - até que não são tão arredios às fotos como eu imaginava. Foi só pedir e eles toparam na hora.
Terminamos o passeio aí e fomos para o Riverside Area, que, literalmente, é a avenida que margeia o rio Mekong. Essa região é onde tem a maioria dos pontos turísticos então é muito fácil ver os gringos rosados andando de um lado pro outro. Ao mesmo tempo, tem várias praças e áreas verdes então os locais vão bastante nas tardes de sábado e domingo. Demos uma volta por lá e olha quem eu encontro:
Tinha um monte de bandeira, a grande maioria de países da Ásia, África e Europa que têm embaixadas aqui. Não esperava ver a do Brasil. Nunca fiquei tão feliz em ver a nossa bandeira. Parece bobo, mas quando você tá fora e longe de tudo que é familiar, qualquer coisa que lembra a nossa terra conforta de algum jeito. Entendo porque os brasileiros buscam tanto coisas, comidas, etc, do Brasil quando estão morando fora... faz sentido. Não é o sabor da comida nem a beleza da bandeira, mas é um flash de se sentir em casa.
Não demorou muito pro Sothy nos oferecer uma iguaria local. Apresento aqui o ovo choco de pato:
O ovo choco fica lá no vapor, quentinho. Aí a tiazinha coloca ele num "porta-ovo", te dá uma colherinha e um pratinho com matinhos, limão e uma mistura de pimenta-do-reino com açúcar e sal.
Eu só comi um pedaço, era bom mas é muito nojento. Você vê os órgãos, pelos, tudo do patinho. E come-se TUDO! haha o Sothy e o Patro devoraram o bixo!
O Sothy foi embora e eu e o Patro continuamos e fomos indo para a "Vila Madalena". No caminho, nada mais, nada menos que:
Pois é, entre os carros, motos, tuk-tuk, bicicletas, pessoas, o sr. Elefante. Todas as tardes ele faz o trajeto por aquela região e causa um caos no trânsito. Mas o pessoal adora, ficava infestado de crianças do lado.
Daqui pra frente não tenho mais fotos. Mas caminhamos mais um pouco e encontramos a Mié, coreana, amiga do Patro e moradora de Phnom Penh há 5 meses. Se eu fosse um turista iria achar Phnom Penh ridiculamente barata e não me importaria de gastar $10 nos melhores restaurantes. Porém, como morador se der pra guardar uma grana melhor, haha. Foi o que fizemos. Fomos até um mercadinho comprar umas cervejas, Anchor, que deve ser o equivalente a uma Itaipava ou algo assim. $0,50 cada, 2 pra cada um. E daí fomos os 3 sentar perto do rio pra conversar - deu pra ver vários ratos correndo e várias vezes as crianças andando de patins atropelavam eles. Essa parte foi curiosa porque não conhecia nada a Mié e bem pouco do Patro. Dentre vários assuntos uma hora chegamos a coisas sobre família, filhos, etc. A Mié disse que está pensando em ter um filho via barriga de aluguel. Achei estranho e resolvi perguntar o por quê. Ela responde que é porque não acha um marido ou um relacionamento suficientemente bom para se ter um filho e ela já estava ficando velha - não acho que ela tenha mais de 30. Comecei a perceber como o assunto era meio triste e frustrante pra ela e vários vezes ela tava olhando longe, imaginando. Tanto eu quanto o Patro falamos para ela parar de pensar nisso, que uma hora ia acontecer e tal e que ela não precisava se preocupar. Aí ela nos contou de como os maridos japoneses e coreanos são infiéis. A traição é aberta e socialmente aceita. A figura da esposa para eles é "aquela que cuida da casa", inclusive a palavra "esposa" em japonês remete a esse significado. Ela disse também que boa parte de suas amigas casadas quer se divorciar mas não o faz porque teme pela aceitação social dos filhos. Filhos de pais divorciados recebem tratamento diferente pela sociedade como um todo e tendem a se isolar. Que bizarro! Pra mim, um total choque de expectativa porque sempre vi a sociedade Ocidental como cheia de problemas e desequilibrada e a Oriental como algo mais equilibrado e até mais feliz. Mas não, além de ter problemas como nós, os orientais praticam a arte de esconder por debaixo de tabus. Fiquei frustrado.. talvez, agora, seja possível entender porque a Mié tem tido dificuldade em achar um marido.
Terminamos as cervejas e fomos embora andando. Como já era tarde fiquei com medo de estar carregando a mochila com a máquina fotográfica. Os casos de bag snatching, que é aquele cara que vem do nada e arranca uma bolsa, uma carteira, etc, e sai correndo ou numa moto, são numerosos e comuns aqui em Phnom Penh, principalmente com estrangeiros. Fui com o pessoal até um lugar mas assim que ficou perto fui pra casa. A cidade fica bizarramente vazia a noite e é arriscado carregar qualquer coisa que não seja a roupa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Por favor, deixe seu email no comentário para que eu possa entrar em contato com você! :)
Please, leave your email address in your comment so I can get back in touch with you! :)